Deixou de estar entre nós o camarada Alexandrino Saldanha, sócio fundador da Iskra e seu presidente.
Nascido em 1948 numa aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros, veio para Lisboa ainda criança para estudar e fixou-se nesta cidade. Era jurista e trabalhou no setor bancário.
Logo após o 25 de abril filiou-se no Partido Comunista Português onde teve várias responsabilidades.
Toda a sua vida foi dedicada à intensa militância sindical e política.
Foi delegado sindical do SBSI no seu local de trabalho, o Banco Português do Atlântico, entre 1979 e 1981, vindo a integrar o secretariado sindical deste banco a tempo inteiro, pelas Listas Unitárias, tendência unitária do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas. Foi eleito membro da direção desse sindicato na década de 80, do qual foi também vice-presidente.
Foi um dos impulsionadores da formação do SINTAF, Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Financeira, que se filiou na CGTP-IN, acabando com o monopólio da representação sindical da UGT entre os trabalhadores da banca. Era atualmente presidente da Mesa da Assembleia Geral deste sindicato.
Foi deputado do Partido Comunista Português à Assembleia da República nas VI, VII e VIII legislaturas. Foi também eleito vereador da CDU no município de Odivelas entre 2001 e 2005.
Entre 2006 e 2012 foi assessor da Frente Comum dos Sindicatos Administração Pública dando o seu contributo à luta dos trabalhadores da administração central e local.
Neste período deu também apoio jurídico pro bono à Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla. Respondeu sempre a todos os pedidos de ajuda de camaradas e amigos que necessitavam de conselhos jurídicos.
Posteriormente, a sua atividade política foi dedicada à divulgação do socialismo científico e do marxismo-leninismo, sendo editor do sítio Pelo Socialismo. Foi também um dos fundadores da Iskra, Associação de Estudos Marxistas-Leninistas de que foi presidente até à sua morte.
Até ao fim, manteve a fidelidade aos seus ideais revolucionários e socialistas combatendo por eles
O camarada Alexandrino Saldanha distinguia-se pela sua inteligência, pela sua lealdade aos camaradas e amigos, pela sua firmeza, retidão e coerência na defesa dos ideais do fim da exploração do homem pelo homem e da construção de uma nova sociedade, de uma democracia proletária.
Deve ser tomado como exemplo pelas novas gerações de militantes revolucionários comunistas. O contributo do camarada Alexandrino Saldanha vai fazer-nos muita falta, mas os que ficam prosseguirão com determinação os objetivos por que ele também lutava.
Vai para sempre ficar na nossa memória e no nosso coração porque “nenhum de nós anda sozinho e até os mortos vão ao nosso lado”.
À família e amigos expressamos as nossas condolências e manifestamos a maior solidariedade.
O seu funeral realiza-se amanhã, domingo. O corpo estará em câmara ardente na capela do cemitério do Alto de S. João a partir das 11:30h e será cremado às 16H.