Mike Huckabee, ex-governador do Arkansas e figura influente entre os evangélicos conservadores dos EUA, foi escolhido por Donald Trump como embaixador dos EUA em Israel. A nomeação gerou polémica, uma vez que Huckabee é conhecido pelas suas posições extremas a favor de Israel e pela negação da existência do povo palestiniano.
Desde jovem que Huckabee tem mantido uma relação próxima com o Estado de Israel, tendo visitado territórios ocupados pela primeira vez em 1973, numa viagem que considera ter marcado profundamente a sua fé e visão política. Desde então, afirma ter estado em Israel mais de cem vezes e levado milhares de pessoas em visitas organizadas.
Cristão sionista convicto, acredita que a Terra Santa pertence exclusivamente ao povo judeu por direito bíblico. Defende a expansão dos colonatos israelitas e apoia a anexação total da Cisjordânia, a que se refere pelo nome bíblico “Judeia e Samaria”, rejeitando o conceito de se tratarem de “territórios ocupados”.
As suas ligações a movimentos de colonos radicais, o apoio ao uso da força por Israel para alcançar os seus objetivos e as declarações polémicas sobre os palestinianos e os muçulmanos — incluindo teorias da conspiração islamofóbicas — levaram várias organizações, como o CAIR (a maior organização muçulmana de direitos civis dos EUA), a contestarem a sua nomeação.
A escolha de Huckabee reflete a orientação da administração Trump, empenhada numa política de apoio incondicional a Israel, em detrimento dos direitos dos palestinianos e de qualquer solução negociada para o conflito.
Foto: https://jewishchronicle.timesofisrael.com/senate-confirms-mike-huckabee-as-israel-ambassador/
