O capitalismo monopolista mina e destrói as particulares e privilegiadas condições de vida da intelectualidade. Os intelectuais dos escalões inferiores, tal como os funcionários, passam a ocupar cada vez mais uma situação proletária. Isto é relativo em primeiro lugar aos técnicos, engenheiros, auxiliares de laboratório, projetistas, etc., ocupados na indústria e aos empregados de comércio, concentrados nas grandes empresas e que suportam o crescente domínio dos monopólios. A semelhança das condições de trabalho de uma parte da intelectualidade, dos funcionários e dos operários industriais leva à convergência de muitas reivindicações desencadeadas por eles na luta pelos seus direitos. Ao mesmo tempo, exigências tão importantes como o direito à organização, de diferenciação de salários de acordo com a qualificação, de aumento de privilégios complementares e de melhoria do sistema de seguros sociais têm um significado particular para os funcionários, engenheiros e técnicos. Consequentemente, na época atual [original escrito em 1972], está a verificar-se um processo de aproximação das condições de trabalho e de existência dos operários e de parte dos intelectuais, mas, ao mesmo tempo, permanecem também diferenças entre eles e é inadmissível esquecer estas ao caracterizar as classes e estratos sociais da sociedade burguesa…
P N Fedoseyev, “O comunismo científico e seus falsificadores” – Editores Manuel Rodrigues Xavier, Lda, coleção 74 –, pp. 64/65