
Uma delegação do sindicato United Steelworkers (USW) Local 1944 viajou em agosto até Izmir, Turquia, para se reunir com trabalhadores da Telus que, apesar de terem obtido há um ano a certificação legal do seu sindicato, continuam sem reconhecimento por parte da empresa. Estes trabalhadores atuam como moderadores de conteúdos do TikTok e recebem salários pouco acima do mínimo nacional.
A Telus, conhecida no Canadá como operadora de telecomunicações, também é um grande empregador mundial no setor de outsourcing de serviços digitais, competindo com empresas como a Teleperformance e a Concentrix. Milhares de trabalhadores moderam conteúdos ou treinam sistemas de Inteligência Artificial para gigantes como a Google e a Meta, geralmente em condições precárias: salários baixos, exposição diária a imagens violentas ou de abuso sexual, quase sem apoio psicológico, e sob forte pressão para cumprir metas.
No Canadá, a Telus tem seguido a mesma lógica: deslocalização de milhares de postos de trabalho, vigilância digital e métricas de produtividade sufocantes.
Segundo Michael Phillips, presidente do Local 1944, foi inspirador encontrar colegas turcos “a lutar corajosamente pelo reconhecimento sindical” e fortalecer laços de solidariedade internacional.
Com apoio da federação global UNI, os sindicatos exigem que a Telus:
- reconheça o direito de organização e negociação coletiva em todos os países onde opera;
- adote mecanismos transparentes para resolver conflitos laborais;
- garanta padrões mínimos de trabalho, incluindo proteção da saúde física e mental, salários dignos e estabilidade no emprego;
- proteja os trabalhadores e sindicalistas contra discriminação ou retaliações.
Fonte: USW.ca