Imprensa PCV: Maduro tem que libertar os venezuelanos detidos arbitrariamente, tal como fez com os norte-americanos acusados de conspirar

4 de fevereiro de 2025 – Tribuna Popular

A Tribuna Popular noticiou que a Comissão Política do Comité Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV) exigiu, esta segunda-feira, a libertação de «centenas de venezuelanos e venezuelanas atualmente presos» no decorrer das eleições presidenciais de 28 de julho, da mesma forma que foram libertos seis cidadãos norte-americanos acusados de «planos conspirativos».

Na sexta-feira anterior, chegou a Caracas Richard Grenell, enviado especial de Donald Trump para a Venezuela, tendo-se reunido com Nicolás Maduro. Após o encontro, foi divulgado nas redes sociais que o governo venezuelano tinha libertado seis cidadãos dos EUA, anteriormente detidos por alegada conspiração contra o governo do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Yul Jabour, membro da direção do PCV, afirmou: «Se esses cidadãos ─ que segundo o Governo estavam envolvidos em planos conspirativos ─ foram libertados, então também têm que ser libertados os venezuelanos presos por protestarem». Acrescentou que o governo recebeu Grenell «com pompa e circunstância», tentando apresentar o encontro como «um grande feito», mas frisou que isso «não traz qualquer benefício para os trabalhadores venezuelanos».

Jabour destacou a natureza das detenções arbitrárias em massa ocorridas desde julho de 2024, denunciando a falta de acesso a defesa jurídica adequada, em violação do artigo 49 da Constituição da Venezuela. Referiu ainda o caso de Enrique Márquez, detido há quase um mês, sem que tenham sido apresentadas razões oficiais. «O seu único ‘crime’ foi usar os mecanismos institucionais para defender os direitos políticos e sociais do povo», afirmou.

O dirigente do PCV também alertou para o estado de saúde precário de vários detidos, como Daniel Romero, sindicalista preso após liderar grandes protestos de trabalhadores das empresas estatais. O PCV exige medidas humanitárias urgentes para esses casos.

Rejeição à política externa agressiva de Trump

O PCV criticou tanto o governo do PSUV como setores da oposição por tentarem obter favores do governo de Donald Trump, afirmando que apenas «a organização e mobilização do povo venezuelano» poderá superar a crise profunda do país.

Jabour expressou uma «rejeição firme» à política externa de Trump, que procura impor relações de subordinação aos países da América Latina para beneficiar corporações norte-americanas. O PCV manifestou ainda solidariedade com os migrantes venezuelanos e latino-americanos perseguidos e ameaçados de deportação pelo governo norte-americano.