Vladimir Ilyich Lenin:
O seu legado revolucionário permanece vivo e oportuno
Por Nikos Mottas. ( Blog In Defense of Communism )
Foi no alvorecer de 21 de Janeiro de 1924, há 98 anos, que o coração do maior revolucionário da história, Vladimir Ilyich Ulyanov, deixou de bater. Lenine, o líder da Grande Revolução Socialista de Outubro de 1917 e arquitecto do primeiro Estado socialista do mundo, tinha 54 anos de idade.
O nome de Vladimir Ilyich Lenine é identificado com duas questões dialecticamente ligadas. Por um lado, há a sua actividade e prática revolucionária como líder do evento mais significativo do século XX – a Grande Revolução Socialista de Outubro de 1917. Por outro lado, há o seu trabalho teórico que é o desenvolvimento da teoria revolucionária de Marx e Engels na era do Imperialismo. Esta combinação extraordinária de teoria e prática revolucionária faz de Lenine uma personalidade única na história que, 98 anos após a sua morte, permanece “viva” na memória colectiva e nos corações das pessoas da classe trabalhadora em todo o mundo.
Liderado por Lenine, o Partido Bolchevique tornou-se o protagonista da luta de classes do proletariado russo e dos outros estratos populares oprimidos, especialmente os camponeses pobres. A actividade revolucionária dos bolcheviques levou à vitória do proletariado com a Grande Revolução Socialista de Outubro e abriu o caminho para a construção do Socialismo pela primeira vez na história. A liderança de Vladimir I. Lenine não só marcou o papel de guia do Partido Comunista para a tomada do poder, como colocou a base para a construção do Socialismo.
O trabalho científico de V.I.Lenine consiste num verdadeiro tesouro para o movimento comunista internacional. Porque, através do seu trabalho, Lenine desenvolveu e alargou todas as componentes do marxismo – em filosofia, economia política e comunismo científico. As suas elaborações teóricas e os seus pressupostos para o Imperialismo – como a fase mais alta do Capitalismo – são hoje excepcionalmente oportunos e valiosos para a classe trabalhadora e para os partidos comunistas.
Lenine foi um firme opositor de toda a distorção revisionista ou reformista da teoria revolucionária. Ele próprio considerou a luta contra o oportunismo como um pré-requisito fundamental para a vitória da revolução socialista e, ao mesmo tempo, opôs-se ao chamado “esquerdismo”, à retórica pseudo-revolucionária e ao aventureirismo.
O que distingue Lenine dos outros marxistas da sua época é o facto de não se ter limitado a uma crítica generalizada do capitalismo, nem ter recorrido à repetição dos principais pressupostos incluídos no “Das Kapital” de Karl Marx. Lenine utilizou as tendências fundamentais do capitalismo, que já tinham sido descritas por Marx e Engels, para analisar e identificar as principais características do capitalismo no período histórico da Primeira Guerra Mundial. A teoria leninista não só explicou a fundo as características do capitalismo monopolista como tornou-se o guia teórico que moldou a estratégia revolucionária vitoriosa da Revolução de Outubro de 1917.
A extraordinária obra de Vladimir Lenine “Imperialismo: a fase superior do capitalismo” é hoje mais oportuna do que nunca. Lenine revelou que, para explorar com sucesso as contradições inter-imperialistas, existem duas condições fundamentais: primeiro, a independência da vanguarda revolucionária da classe trabalhadora (Partido Comunista) das metas e objectivos de qualquer aliança imperialista e, segundo, a orientação estratégica estável dos partidos comunistas para o derrube revolucionário da classe burguesa doméstica, tanto em período de guerra imperialista como em tempo de paz imperialista. O acima exposto tem um significado imenso se tivermos em conta as actuais contradições e rivalidades inter-imperialistas entre vários centros (por exemplo, EUA, UE, Rússia, China, etc.) no Médio Oriente e noutros lugares.
A actividade dos bolcheviques que levou à vitória da Revolução de Outubro de 1917 constitui um grande exemplo – provou na prática que o movimento operário em todos os países não deve ser envolvido nos objectivos da classe burguesa local, nem deve seguir os objectivos de qualquer dos centros imperialistas concorrentes.
Hoje, 104 anos desde a Grande Revolução Socialista de Outubro e 98 anos desde a morte biológica, o legado de Vladimir Lenine continua a ser glorioso. As derrotas contra-revolucionárias na União Soviética e nos países socialistas da Europa Oriental em 1989-1991 deram a oportunidade a vários imperialistas e apologistas da burguesia de lançar ataques caluniosos contra Lenine e de vilipendiar o socialismo-comunismo. Tentaram mesmo antecipar a “morte” ideológica e o “fracasso” do marxismo-leninismo, proclamando o chamado… “fim da história”. No entanto, a própria História refutou-os. A decadência do capitalismo, que cria pobreza extrema, desigualdades sociais, desemprego e guerras sangrentas, prova que o marxismo-leninismo não só está vivo, como volta à tona como o único realmente benéfico para o povo sair da barbárie capitalista.
Apesar da sua morte biológica a 21 de Janeiro de 1924, Vladimir Ilyich Lenine – o maior revolucionário do século XX – estará sempre “vivo” nas mentes e corações dos homens e mulheres trabalhadores do mundo e de todas as pessoas que lutam por um futuro melhor, pela abolição da exploração do homem pelo homem, pelo Socialismo e pelo Comunismo.