“Estamos indignados por encontrar provas de que o lóbi da indústria farmacêutica EFPIA [European Federation of Pharmaceutical Industries and Associations] não só não considerou o financiamento da bioprevenção (ou seja, estar pronto para responder a epidemias como a causada pelo novo coronavírus, covid-19), como se opôs a que a mesma fosse incluída nos trabalhos da IMI [Iniciativa de Inovação Médica] quando essa possibilidade foi levantada pela Comissão Europeia em 2018”, lê-se nas conclusões de um estudo a que a agência Lusa teve acesso.
Segundo o relatório “Mais privada do que pública: como as grandes farmacêuticas dominam a Iniciativa de Inovação Médica”, integrado num documento mais amplo denominado “Em nome da Inovação”, feito pela Global Health Advocates (GHA) e pelo Corporate Europe Observatory (CEO), a indústria farmacêutica beneficiou de 2,6 mil milhões de euros do orçamento público de investigação da UE no período compreendido entre 2008 e 2020, através da IMI, “mas até agora falhou em investir significativamente em áreas de pesquisa onde o financiamento é urgentemente necessário”.
A GHA e o CEO sublinham que, entre as áreas negligenciadas que necessitavam de um financiamento significativo, estão “a prevenção para epidemias (incluindo as causadas pelos coronavírus), o HIV/sida, e as doenças tropicais relacionadas com a pobreza”, mas que, em vez disso, “a indústria farmacêutica usou sobretudo o orçamento para financiar projetos em áreas que eram comercialmente mais rentáveis”.
Lóbi farmacêutico – https://www.jornaldenegocios.pt/economia/coronavirus/detalhe/lobi-farmaceutico-bloqueou-bruxelas-na-investigacao-aos-coronavirus-em-2018?n=1 – Lusa, 25 de maio de 2020 às 00:38