Na realidade, os sindicatos jamais foram neutros, jamais puderam sê-lo e nunca o serão. A neutralidade dos sindicatos só pode ser nociva à classe operária, mas ela é irrealizável. No dualismo entre o trabalho e o capital, nenhuma grande organização pode ficar neutra. Em consequência, os sindicatos não podem ser neutros entre os partidos burgueses e o Partido do proletariado. Os partidos burgueses percebem isso claramente. Mas assim como a burguesia tem necessidade de que as massas acreditem na vida eterna, ela tem também necessidade que se creia, igualmente, que os sindicatos podem ser apolíticos e podem conservar a neutralidade em relação ao Partido Comunista operário. Para que a burguesia possa continuar a dominar e a pressionar os operários para tirar deles a mais-valia, ela não tem necessidade apenas do padre, do policial, do general, ela precisa também da burocracia sindical, do “líder operário” que prega nos sindicatos operários a neutralidade e a indiferença à luta política.
A Internacional Comunista e a Internacional Sindical Vermelha
(A Luta Contra a Internacional Amarela de Amsterdão) – 3º Congresso da III Internacional Comunista – Julho de 1921 – https://www.marxists.org/portugues/tematica/1921/07/int-sindical-vermelha.htm