Aqui no Brasil, a crise sanitária (política e econômica também) está assumindo proporções dramáticas, pelas razões que o mundo já percebeu.
Parte talvez majoritária das classes dominantes deseja promover o impeachment de bolsonaro, mas receia a reação da base de sustentação deste: maioria das forças armadas, das polícias, milícias, igrejas evangélicas e setores da classe média e burguesia. Enquanto os direitos sociais e trabalhistas vão se perdendo, a “esquerda” hegemônica (PT, PSOL, etc.) só pensa nas próximas eleições e prefere que bolsonaro fique até o fim, se desgastando, para vencer em 2022 e voltar a conciliação de classe, desta vez mais rebaixada! Se bem que, na atual correlação de forças, a queda do boçalnaro não significa um freio às “reformas” que o capital vem promovendo para aumentar a mais valia e garantir seus lucros, às custas dos trabalhadores.
Mais do que nunca, nosso alvo principal deve ser o capitalismo, não o governo burguês de turno: a pandemia deixa a nu as inconciliáveis contradições entre o capital e o trabalho!
Ivan Pinheiro: membro do Comité Central do PCB desde 1982, tendo sido seu Secretário Geral entre 2005 e 2017; é associado da ISKRA – mail enviado em 2020/03/29