
Os trabalhadores do Grupo Vidrala – das empresas Santos Barosa e Gallo Vidro – sediadas na Marinha Grande retomam a greve entre os dias 11 e 15 de abril, em resposta à postura inflexível e à falta de disponibilidade da Administração para negociar. A direção do grupo voltou a recusar o encontro proposto pela FEVICCOM.
As motivações para esta luta são conhecidas: aumentos salariais justos, condições de trabalho mais humanas e o devido respeito pelos trabalhadores.
A produção da empresa duplicou nos últimos dois anos, sem que houvesse qualquer reforço no número de trabalhadores, o que tem conduzido a um cansaço extremo, à exaustão e ao aumento dos acidentes de trabalho e, naturalmente, a um aumento significativo do absentismo.
Há práticas inaceitáveis por parte da empresa, como a pressão e o aliciamento de trabalhadores para ocuparem turnos durante as pausas, de forma a compensar faltas.
Nunca antes o Grupo obteve lucros tão elevados nem distribuiu tantos dividendos como em 2024.
O ambiente de trabalho é insalubre e perigoso: temperaturas que ultrapassam os 55ºC, ruído superior a 105 dB, ar contaminado com vapores químicos e óleos, além da constante exposição a incêndios, queimaduras, esmagamentos, entalamentos o que tem resultado no surgimento de várias doenças profissionais, como tendinites, bursites, distúrbios do sono e perda auditiva. Os turnos decorrem ao longo de todo o ano, incluindo Natal, Páscoa, fins de semana e feriados. Os trabalhadores exigem respeito, reconhecimento e dignidade.
Na Gallo Vidro, a greve teve início às 21h00 do dia 11 de abril e prolongou-se até às 05h00 do dia 13.
Na Santos Barosa, a paralisação começou às 05h00 do dia 14 e terminou às 05h00 do dia 15 de abril.
Durante todo o período de greve, os trabalhadores mantiveram-se concentrados junto às instalações fabris, tanto de dia como de noite.