OS PALESTINIANOS ASSASSINADOS NESTA BÁRBARA TENTATIVA DE GENOCÍDIO DE ISRAEL NÃO VÃO MORRER EM VÃO

A Palestina trava uma guerra de libertação nacional

O povo palestiniano sofre a perda dos seus filhos e de outros entes queridos às mãos assassinas dos sionistas. Os nomes de todos esses mortos, aqueles enterrados em valas comuns e todos os outros soterrados nos escombros por não haver condições de os sepultar conforme os ritos da sua religião, vão figurar num memorial palestiniano quando houver paz e o seu Estado for estabelecido definitivamente, assente no chão empapado de sangue dos seus filhos trucidados com crueldade por Israel desde que este construiu o seu Estado sobre a terra da Palestina e os expulsaram das suas casas – a Nakba, a grande tragédia, como lhe chamam.

A luta do povo palestiniano pelo direito a ter um Estado, direito esse que lhe foi roubado pela instalação dos judeus depois da II Guerra Mundial com a iniciativa do “protetorado” britânico e do acordo de Balfour, manter-se-á viva, porque as aspirações dos povos só morrerão quando forem alcançadas. Todos gritamos “Palestina vencerá!” e assim acontecerá algum dia.

A barbaridade sionista trouxe de repente para a ribalta da comunicação social mundial a causa do povo palestiniano, que parecia enterrada e esquecida por todo o mundo. Estava esquecida a história do assentamento inicial dos judeus em 1947, patrocinado pela ONU, num território habitado pelos palestinianos, estavam esquecidos os roubos das terras aos palestinianos e entregues a colonos israelitas, as expulsões de casa dos habitantes palestinianos, os pogroms das militares israelitas contra os palestinianos, a humilhação sofrida diariamente na circulação dentro do seu próprio território controlada pelos militares israelitas, os palestinianos presos e torturados nos cárceres de Israel, a limpeza étnica, as centenas de crianças presas nas prisões sionistas, o uso de armas internacionalmente proibidas como o fósforo branco, o sistema de apartheid. Tudo isto aconteceu durante décadas e o mundo tinha esquecido ou fingido que não via. Porquê? Porque tudo isto era instigado e tinha o apoio da maior potência imperialista, os EUA que também escondiam a situação.

As narrativas” e a derrota ideológica do imperialismo nesta batalha

As notícias e as imagens da guerra movida contra a Palestina são aquelas que nos chegam porque não podem ser outras. Porque não há outras. Os horrores da realidade triunfam sobre todas as narrativas, destroem todas as narrativas manipuladoras que possam ser feitas da situação. Não é necessário fabricar cadáveres porque eles abundam em todas as imagens. Mostrar crianças é inevitável: vagueando sobre destroços, mortas embrulhadas em panos, feridas ou mortas nos braços dos seus pais. Não há energia nem transportes para caminhar para sul para onde se deslocaram obrigados pela ordem colonialista de Israel e muitos, quando chegaram ao local “seguro” tinham a marinha e aviação a recebê-los com bombardeamentos.

Durante a guerra na Ucrânia os media mostravam crianças a abandonar o seu país em meios de transporte (felizmente crianças decentemente agasalhadas e de aspeto saudável), foram semeados cadáveres falsos pelas estradas apelando aos sentimos de piedade para pôr as opiniões públicas do lado dos fascistas ucranianos, deu-se ao nazi Zelenski o estatuto de grande dirigente e como tal é aclamado pela UE e EUA.

Disse-se que, na guerra da Ucrânia, o ocidente capitalista ganhou a batalha da informação e isso tem muito de verdade. Os media conseguiram esconder constantemente que a guerra tinha começado em 2014 com os fascistas ucranianos a atacarem as repúblicas de Donetsk e Lugansk em nome do combate ao terrorismo. Todos os poderes mediáticos propriedade dos monopólios, mentiram, inventaram o que quiseram para transmitir a sua versão da história, escondendo até que foi o próprio Putin e os seu soldados que acabaram com as Repúblicas Populares de Donestk e Lugansk, precisamente por serem repúblicas populares, cuja luta era dirigida por comunistas.

O que agora se passa é que a realidade é tão gritante que não suporta invenções mediáticas. O que os homens e mulheres transportam nos braços são crianças feridas e mortas, o que se vê são hospitais destruídos, cadáveres de adultos e de mais de 10 mil crianças (segundo os médicos sem fronteiras) no meio das ruínas daquilo que foi uma cidade. O que se vê é a impotência dos que escapam para remover os mortos dos seus debaixo dos escombros. O mundo assiste ao genocídio em direto do povo palestiniano e a guerra na Ucrânia passou para segundo plano.

Na guerra na Ucrânia os repórteres estiveram sempre do lado ocidental da Ucrânia, só as balas e mísseis russos matavam ucranianos, o outro lado da guerra não existia. Este extermínio étnico é tão brutal que os jornalistas quase só conseguem falar do martírio do povo palestiniano. Desenganem-se os que falam de “conflitos”: a Palestina não tem exército e assistimos ao genocídio de um povo. Mesmo alguns dos jornalistas mais embeded, sempre significativamente alinhados com as teses de ponta do arsenal ideológico imperialista, já não têm a oportunidade de falar do direito de Israel à defesa.

Claro que os media ocidentais não abandonaram a sua tarefa de promover o terrorismo imperialista e o fascismo israelita na ordem do dia e vitimizar os judeus. Por exemplo, em 14.11.23, o 2º canal da RTP passou sucessivamente duas peças relativas a judeus em Portugal. Uma sobre o papel dos judeus na Idade Média na cidade de Gouveia e outros imigrados para Portugal fugidos dos Reis Católicos em Espanha. Um rabino dos judeus no Porto encarregou-se da propaganda religiosa e logo nos vem à memória aquele que conseguia passaportes a pessoas (tipo oligarcas russos) que têm muito dinheiro e conseguem “provar”, através dessa comunidade, que têm origem sefardita no nosso país, logo, um passaporte português. A outra peça foi dedicada a Hannah Arendt, uma filósofa judia reacionária, apresentando-a como um suprassumo político e grande intelectual, resistente dos campos de concentração de Hitler. Algumas faculdades da Universidade de Lisboa exibiram exposições sobre a história dos judeus já montadas e vindas diretamente de várias embaixadas.

O nazismo existe em Israel e dá pelo nome de sionismo. O sionismo, teoria ideológica que inicialmente nada tinha a ver com a religião e que defendia e defende a supremacia branca, nasce na Europa colonialista, e visa não apenas erradicar os palestinianos do seu território mas erradicá-los também como nação, erradicá-los do discurso político e retirar-lhes o reconhecimento pela ONU e pelas outras nações.

Perguntando ao chatGPT o que é o “sionismo” ele responde: (isto é significativo!) «O sionismo é um movimento político que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado Nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel (Eretz Israel)» (acedido em 08.11. 2023) Falta dizer o resto que completa a definição de sionismo: é um movimento político que toma os judeus por seres superiores que se consideram o povo escolhido de Deus, que pratica o apartheid e o genocídio do povo da Palestina para ocupar o território que lhe pertence historicamente para instalar o tal Estado nacional judaico e pratica os mais hediondos crimes para alcançar esse objetivo. No plano moral, parece que os sionistas e o poder em Israel se querem vingar no povo palestiniano dos crimes que foram cometidos contra os judeus pelos nazis durante a II Guerra Mundial.

Sem confundir o sionismo, tão macabro quanto o nazismo, com o povo de Israel, tem de ser dito que as elites mandantes professam e praticam o sionismo como é patente. Tem igualmente de ser dito que, na grande maioria dos países que lutaram contra o fascismo na II Guerra Mundial, a maioria dos judeus não se juntou à resistência, não se rebelou, não resistiu.

Os mártires palestinianos trouxeram para a luz crua do dia a hipocrisia dos Estados capitalistas ocidentais (EUA-UE e os países na sua órbita tendo a NATO como braço armado) e a sua duplicidade de critérios. Para se ser mais rigoroso, esses países não são incoerentes, perseguem sempre o mesmo objetivo – alargar a sua esfera de influência no quadro da concorrência capitalista por mercados e matérias-primas, explorar os trabalhadores e as riquezas dos povos dominados. As mentiras e as narrativas é que são contraditórias, dizendo uma coisa e o seu contrário, conforme é necessário, para mentir e enganar os povos. O ataque de Israel à Palestina foi cinicamente justificado com o seu direito à defesa dos ataques do Hamas. No caso da guerra na Ucrânia a invasão do Donbass pela Rússia foi diabolizada num quadro em que a NATO continuava a reforçar-se a oriente e cercava as fronteiras dessa potência que se sentia ameaçada. Ucranianos russófonos assassinados por nazis ucranianos na casa dos sindicatos em Odessa nem foram assunto de um único dia. Quando se cortou a energia na Ucrânia, veio de imediato a imperialista representante da Comissão Europeia classificar tal ato como “crime de guerra”.Entretanto a Palestina tem não só a energia cortada, como está sem água e mantimentos e a Sra. Ursula não abre a boca sobre os “crimes de guerra”.Os EUA, a UE, e a NATO apresentavam-se como os paladinos da “democracia” e dos “valores ocidentais” contra os “ditadores” e os “regimes totalitários” que são todos os que contendem contra os interesses económicos e geoestratégicos desse bloco imperialista. Na verdade, os “valores europeus”, e os “valores ocidentais” estão bem visíveis em Gaza nas últimas semanas.

Resultam cada vez mais claras para as opiniões públicas essa hipocrisia e essas mentiras do imperialismo ocidental. De futuro estreita-se o campo de manobra para a utilização desses argumentos. Por todo o mundo sucedem-se grandes manifestações pró-Palestina, designadamente na Europa e nos países mais ricos como a França, a Alemanha, a Inglaterra. Em Portugal as manifestações em Portugal apareceram completamente menorizadas na nossa media). Os media main stream tentam duas estratégias: ou não falar no assunto (sobretudo nas manifestações de protesto ou até proibir manifestações pró-Palestina como foi o caso da “democrática” Alemanha) ou mentir com todos os dentes que têm na boca.

Perante os olhos de todo o mundo, de todos os povos, não se pode ignorar a barbaridade do extermínio étnico em curso contra a Palestina. Os povos não podem ignorar a responsabilidade dos EUA no massacre. E voltamos a repetir: não é um conflito mas uma ocupação colonialista, não é uma guerra mas o massacre de um povo que nem exército tem. A responsabilidade dos EUA é cristalina: por apoiarem explicitamente Israel nos planos político e diplomático, por serem os maiores aliados de Israel desde a sua fundação, por serem os seus maiores parceiros comerciais, por fornecerem as armas que estão a massacrar os palestinianos. Os EUA e os restantes países ocidentais não podem invocar o argumento da defesa da democracia já que os palestinianos nem um Estado têm, quanto mais democracia. E já não podem falar em defesa da democracia porque Israel é um dos Estados mais totalitários e cruéis, facto evidenciado por esta guerra.

Os políticos portugueses ainda tentaram pôr no mesmo prato da balança a razão de Israel e a razão da Palestina, mas a desconformidade com o sentimento das massas foi tanta, que o Presidente de República, hipocritamente e com medo de perder influência, se dirigiu a uma manifestação pró-Palestina e acabou a empunhar a bandeira deste país não sem hipocritamente ter perguntado “quem é que começou?” De resto, a realidade crua que prevaleceu nas memórias foi a impertinência e a arrogância de Marcelo perante o embaixador palestiniano em Portugal.

Ainda o conflito ia no início, e o embaixador israelita teve o atrevimento de se permitir dar opiniões sobre partidos políticos portugueses insistindo na ideia de que não era possível haver outra posição senão a de apoiar Israel, que era um escândalo que partidos políticos defendessem a causa palestiniana, sem que os visados tivessem manifestado ao MNE português o seu protesto e pedido explicações ao indivíduo contra tão boçal interferência sobre a vida interna do país onde ele representa Israel, nem o MNE teve a coragem de pedir explicações ao embaixador (que se saiba). Mostrou a sua verdadeira face sionista e colonialista julgando que pode dar ordens nos países a outros países.

A “democracia burguesa” no centro da batalha ideológica

Estes acontecimentos encerram uma outra grande lição para os povos: esta é a “democracia” que o imperialismo tem para oferecer. Esta é a “democracia” que os EUA defendem, isto é a “liberdade” que os imperialistas impõem, isto é a “liberdade de imprensa” com canais censurados e com “critérios editoriais”que justificam e branqueiam Israel. Isto é a ditadura bárbara do capital e do imperialismo dentro das portas do seu sistema, já não são só os outros que são “ditatoriais” e “totalitários”.

Se, com a Ucrânia foi menos difícil passar a mensagem de que o imperialismo ocidental estava a lutar pela democracia (materializada em Zelensky e no batalhão Azov), o mesmo não acontece com a chacina israelita em Gaza. Nenhuma “democracia” pode legitimar a matança de tantos inocentes. Daí que as opiniões públicas se comecem a interrogar: «mas que democracia é esta?» e a desconfiar ainda mais da democracia burguesa que é na realidade uma ditadura dos donos da economia e do poder. Na Alemanha e noutros países europeus foram proibidas as manifestações pró-Palestina, jornalistas e publicistas americanos foram despedidos por terem ousado não tomar posição a favor de Israel, Estados europeus subiram o alerta de perigo terrorista nos seus territórios não só para tomarem medidas limitativas da liberdade, mas para assustarem os cidadãos com o “perigo terrorista” e assim, reforçando subliminarmente ou dizendo-o mesmo explicitamente, a ideia de que os palestinianos são terroristas. Afinal, o terror vem de Israel e dos EUA, da UE e da NATO.

Os interesses imperialistas na guerra contra a Palestina

Há muitos anos que grandes oligarcas judeus influem na política americana e detêm enormes massas de capital financeiro. A conhecida Goldman-Sachs é um exemplo disso. Financiam a campanha eleitoral de muitos presidentes dos EUA para que os seus interesses sejam defendidos nos areópagos do poder norteamericano. Aqui começa a teia. No entanto, a aliança matricial dos EUA com Israel, prende-se com a posição geoestratégica deste país na costa oriental do Mediterrâneo. É com a ajuda de milhares de milhões de dólares fornecidos pelos EUA a Israel que se afirma o poderio económico e militar desta aliança e que se mantém o Estado de Israel armado até aos dentes rodeado de países árabes e do Irão. Os interesses dos EUA naquela região assentam em dois pilares: a questão estratégica da defesa do fornecimento de petróleo pelos países do Médio Oriente e a proximidade da região a todo o continente asiático a que acresce a sua quota-parte de domínio do Mediterrâneo oriental e a sua proximidade da Europa.

O Próximo e o Médio Oriente são regiões fortemente disputadas. Não por acaso, com as relações de forças económicas e políticas em forte alteração, de que a guerra na Ucrânia também é um resultado, com os EUA a perderem a liderança mundial e novas potências a surgirem e a assumirem o lugar que desde a II Guerra Mundial pertencia aos EUA, estava em andamento, mediada pelos EUA, uma aliança entre Israel e a Arábia Saudita, inimigo figadal da Palestina há muitos anos. Pois bem, a eclosão do conflito armado travou essas negociações, de tal modo era escandalosa para o mundo árabe uma aliança com Israel e o risco que se corria de que o conflito tomasse proporções regionais, risco que permanece bem vivo.

No passado dia 11, mais de 50 Estados árabes e o Irão reuniram-se na Arábia Saudita para exigirem o fim da guerra e da ocupação israelita.

A responsabilidade do capitalismo imperialista

Os mais de 10 000 mártires palestinianos não só chamaram a atenção para a causa palestiniana e para a barbaridade e horror que Israel espalha contra esse povo, mas também colocaram nas opiniões públicas do mundo ocidental várias interrogações: porquê tanta violência, porquê tanto desprezo pela vida humana? Como justificar o bombardeamento de um acampamento de refugiados em Gaza com quase 400 pessoas (sendo a maioria crianças) para matar 1 (sim, UM) dirigente do Hamas como dizem (que provas podem certificar que era “um dirigente do Hamas)? E como justificar minutos depois o bombardeamento do mesmo campo de refugiados? Porque é que Israel não acaba com o martírio dos palestinianos? Quem pode obrigar Israel a fazê-lo? Porque é que Israel despreza olimpicamente os apelos da ONU e de todos os povos? Porque não cumpre as quase 160 resoluções da ONU sobre colonatos e a Palestina? O que é feito dos direitos humanos com que o imperialismo enche constantemente a boca quando quer acusar outros de não serem “democratas”? São estes os “valores europeus” de que a Sra. Ursula gosta tanto de falar?

Os palestinianos assassinados trazem para a luz do dia a responsabilidade dos EUA e dos seus aliados na guerra que é movida por Israel. É a força conjunta dos EUA, da NATO, da UE e Israel que está por detrás do conflito e não o deixa terminar. Os palestinianos morrem com as armas de todos eles, não estão apenas a lutar contra Israel, mas contra a ordem ignominiosa de todo o capitalismo ocidental. E isso vem também para a luz do dia.

Cada vez com maior clareza se verifica que o sistema socialista era uma força de contenção e equilíbrio face ao imperialismo ocidental. A derrota sofrida pelo socialismo trouxe mais guerra, mais miséria, mais exploração a todo o mundo. O socialismo era um fator de paz. É preciso que as forças revolucionárias sublinhem esta evidência no seu trabalho ideológico com as massas. Só a URSS foi capaz de derrotar o nazismo, precisamente porque era socialista e soviética.

«O imperialismo é a véspera da revolução social do proletariado» (Lenine, O imperialismo…)

Ironicamente é a infinita desproporção de forças entre a Palestina e Israel/EUA, de um lado armamento produzido pelo mais avançado conhecimento científico, do outro lado as pedras nas mãos de um povo que quer simplesmente um bocado de chão para construir a sua casa, o direito a um Estado independente, sem perder a sua identidade nacional, isto é, a violência da realidade, a impotência para a esconder ou manipular, a verdade crua dos acontecimentos, é isso que o capital teme. Que as massas se consciencializem de toda a podridão, violência, brutalidade e injustiça em que assenta o seu domínio, sobretudo porque é um momento em que isso está exposto aos olhos dos povos e da humanidade e pode levar à exigência de uma mudança radical.

Chegam-nos notícias de que em França e Inglaterra foram proibidas ou de algum modo dificultadas as manifestações de massas exigindo o fim da guerra. Países como a França, Reino Unido e Alemanha têm motivos para tentar travar as manifestações pró-palestinianas. Dados referem a existência de 5,7 milhões de árabes vivendo em França, constituindo 8,8% da sua população; no UK serão cerca meio milhão e na Alemanha cerca de 1,4 milhões (dados pouco rigorosos, mas aproximados). Emigrantes ou já nacionais, são os habitantes dos bairros periféricos das grandes cidades, a maioria deles jovens e desempregados. Daqui resulta a dupla condição de que são vítimas os árabes nas sociedades destes países: a xenofobia e a repressão de classe. As revoltas destas pessoas são uma ameaça em potência ao capital quando e se politicamente dirigidas e é dessa revolta que o poder burguês tem medo. O ataque à Palestina pôs mais a nu esta realidade. Nos próprios EUA, nem todos os judeus são sionistas e prova disso foi o gigantesco protesto na Estação Central em Nova Iorque com a presença de milhares de judeus em defesa dos palestinianos.

Para além da hipocrisia obscena de todos os poderes imperialistas ocidentais e dos seus media lacaios, o que está em causa é o medo de que as opiniões públicas, isto é, os povos, cuja maioria é assalariada, possam mudar de campo perante estas barbaridades e possam ser levados a constatar que é falso o que lhes é contado, que afinal os EUA não são um “sonho” nem defendem a “democracia e os valores ocidentais”. Têm medo de que, tomando consciência da abjeta ordem mundial capitalista e pondo em causa essa ordem, que os olhos se lhes abram e digam que “o rei vai nu”. Têm medo de que os povos oprimidos se levantem e expulsem os ladrões das suas riquezas, o medo do fim do capitalismo que eles sabem que é inexorável, é este verdadeiramente o fantasma que os assombra todas as noites, em todos os lugares.

O imperialismo tem medo e quer adiar o inevitável. Mas cada dia se agravam mais as contradições entre a produção completamente socializada, globalmente socializada, e a propriedade privada do capital, concentrado nas mãos de um punhado de magnatas do capital financeiro.

Os sentimentos de horror face a esta agressão contra o povo da Palestina, não levarão só por si à mudança da ordem capitalista, à revolução mundial de que Marx falava e de que têm de falar todos os comunistas. É necessário que os comunistas façam o seu trabalho político-ideológico, o seu trabalho de consciencialização política das massas e façam a verdade vencer.

Se isto se produzir, os palestinianos assassinados não morreram em vão. Todos os povos do mundo têm de ficar-lhes gratos. Eles não terão contribuído apenas para a libertação da Palestina, mas para o avanço de alguns passos, não sabemos se maiores ou menores, na história da humanidade.

A Iskra

Fotos:
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